"Nas ciências, o mais importante é
aprender a observar e descrever os fenômenos, sem explicá-los de forma
abstrata. Tudo deve estar cheio de vida. Um contra-exemplo clássico no Brasil é
como, por volta dos oito anos, se introduz na escola o que é uma ilha:
"uma porção de terra cercada de água por todos os lados" (o que não
está correto, já que não há água nem na parte de cima e, geralmente, nem na
parte de baixo…). Essa definição é morta e não dá margens à imaginação. Mas se
for introduzida a noção de ilha com uma história de uma pessoa cujo barco
naufragou, e ela nadou até à praia e depois, para qualquer direção para onde
ia, chegava a outra praia ou a pedras sobre o mar, as crianças podem imaginar
toda a riqueza que uma ilha com vegetação e animais pode encerrar. Uma
definição é sempre a mesma. O ideal seria que a história fosse contada com
detalhes diferentes para cada classe, adaptada ao interesse e características
de cada aluno dentro da sala. Assim um conceito é criado de forma viva e não
morta."
Retirado de "Os meios eletrônicos
e a educação: televisão, jogo eletrônico e computador", de Valdemar W.
Setzer
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