sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sobre sair para passear sozinha com o bebê

Imagem retirada de metropolitana.com.br
 
 
 
Esses dias alguns amigos me convidaram a ir a um restaurante á noite. Respondi meus amigos dizendo que eu não iria pois eu estava sozinha com a Lina (de 9 meses) já que meu marido havia viajado a trabalho. Eles arregalaram os olhos como seu eu fosse de outro planeta e disseram: -“Ué, mas é só colocar ela na cadeirinha do carro e ir.”
 
Será que as pessoas pensam que é tão simples assim mesmo ou eu que estou colocando dificuldades em tudo?
 
Fiquei pensando bastante nisso, e fiquei até um pouco chateada.
 
Geralmente a Lina dá bastante trabalho lá no banco de trás. Sempre fui (ou meu marido foi) acompanhando ela lá atrás e a distraindo caso se irritasse. Quando é viagem mais longa, em estrada, ela dorme rapidinho, e durante a viagem inteira. Mas pra sair na cidade, onde a velocidade é baixa e tem os arranca e para, ela perde a paciência. Eu já tentei sair com ela sozinha uma vez, aos 3 meses, e foi o suficiente para traumatizar. Mesmo com brinquedinhos à disposição, ela chorou bastante, fiquei morrendo de dó. Além disso, o fato de não ter portão eletrônico em casa me deixa mais cabreira ainda. Por isso nunca mais saí com ela sozinha de carro e fiquei pensando se não a deixei “mal acostumada” a ter sempre companhia lá atrás. Pode ser.
 
Mas também fiquei pensando se realmente era necessário sair com ela sozinha. Se eu queria? É lógico que eu queria sair! Mas sinceramente... dá trabalho e cansa. Tem que arrumar fralda, roupa, mamadeira, sling, brinquedos, etc. Em casa eu já deixo uma mochila mais ou menos pronta, mas chegar do trabalho, tentar tomar banho, arrumar as coisas, esperar ela ficar tranquila, por ela na cadeirinha, abrir o portão, tirar o carro, fechar o portão, entrar no carro e ir, pra mim é muito. Claro que se eu precisasse ir ao médico ou algo de urgência e não tivesse jeito eu iria sozinha mesmo. Mas a chance dela chorar de esgoelar não é pequena.
 
Se mamães precisam sair de casa?? É claro que precisam. Não estou dizendo o contrário. Eu mesma quase pirei logo que a Lina nasceu, e com uma semana fui ao supermercado com ela e com 15 dias fui a um churrasco. Eu precisava ver gente, conversar de outras coisas. Isso é saudável e desestressa. Mas meu marido foi junto.
 
Mas pra falar a verdade, o que eu fiquei pensando mesmo, foi na reação dos meus amigos. Me senti muito mal na hora.
 
Pelo que parece, é super normal, e quase uma obrigação, uma mãe dar conta de sair sozinha com o bebê de carro. Acho que chega até a ser uma comprovação de que você é uma mulher moderna, e que não fica só em casa cuidando do bebê. Afinal, tem coisa mais chique do que dar à luz e conseguir levar sua vida normalmente, como se nada tivesse acontecido? Tem coisa mais chique do que ter um bebê e continuar indo ao cabeleireiro toda semana, indo a todos os encontros com as amigas, saindo pelas ruas resolvendo os problemas, e melhor ainda: fazer compras no shopping com o bebê pequeninho a tira-colo, e sem o maridão? Isso é o sinônimo de mulher evoluída, moderna, independente. Mulher não pode parar a vida dela só porque ela teve um bebê. Bom mesmo é seguir a vida como se o bebê nem existisse, lembrando dele apenas na hora de amamentar ou trocar as fraldas.
 
Pensando sobre o assunto me lembrei de um casal de grávidos que conheci um dia, aliás, em uma festa com música alta onde minha filha dormia tranquilamente. O casal ficou admirado, todo mundo achou lindo. Ao que futuro papai chegou até mim em um dado momento e me disse: -“Nossa, parabéns, quero criar meu filho assim. Afinal, são eles (os bebês) que devem se adaptar ao nosso mundo, e não nós que devemos nos adaptar ao mundo deles”. Ahn????? De onde ele tirou isso??? Eu nem respondi, só dei um sorrisinho amarelo.
 
Beleza, minha filha dormia mesmo com a música alta porque era o horário dela dormir normalmente. Mas me respondam, adultos, vocês já dormiram em algum lugar com muito barulho e/ou luz forte? Sim, é muito possível dormir nessas condições, eu mesmo já dormi. Mas o sono é restaurador do mesmo modo?
 
Voltando ao assunto, o que quis dizer é que essa pressão e expectativa da sociedade de que você seja uma mãe independente que dê conta de sair sozinha para se divertir com o filho bebezinho, é real, ela existe. É lindo não ter que deixar de ir à uma festa com os amigos só porque você tem um bebê. Ora, onde já se viu... SÓ porque você tem um BEBÊ você nunca mais vai sair de casa?? Calma mamães... essa fase de ficar mais em casa passa logo. Bebês são bebês por pouquíssimo tempo. Logo vocês poderão voltar à ir às festas e a todos os outros lugares e talvez já estarão até com saudade da época em que tinham um bebezinho em casa. Não sou só eu que estou falando não: pode ver lá no blog da Fabi Corrêa.
 
 
Bem, ainda estou pensando se estou sendo muito radical ou medrosa de evitar sair com minha filha sozinha. Mas pra falar a verdade, eu nunca precisei mesmo sair sozinha com ela. Uma saída ao restaurante? Posso adiar alguns dias. Uma conversa só com as amigas? Prefiro deixar minha filha com meu marido e ir sozinha. Compras no shopping? Não acho saudável para adulto, quem dirá para um bebê. Assim como também não acho saudável levar bebês muito pequenos a lugares muito agitados com muita frequência, e muito menos sem necessidade.
 
E no fim das contas, mesmo ainda me sentindo mal pela reação dos meus amigos, cheguei à conclusão que sim, posso estar colocando mais dificuldade do que o normal, mas eu posso continuar esperando meu marido ou alguma outra pessoa me acompanhar quando eu quiser sair de casa tranquila com ela. Não quero correr o risco ainda de sair com minha bebê e vê-la se esgoelar de chorar, sem que eu possa fazer nada, e o que acho pior, tirando minha atenção do volante (alguém aí consegue manter a atenção no trânsito com um bebê chorando no banco de trás?).

Tenho saído menos do que antes e acho que é natural (claro que não é para as mamães modernas e independentes), mas eu posso aguentar isso. Aliás, eu amo ficar em casa com ela. E sinceramente, não acho que bebês têm a necessidade de sair com frequência. Inclusive, acho que muita informação os hiperestimula, o que nunca é bom e pode ter consequências graves.
 
Com certeza é uma fase que passa rapidinho.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Fraldas de Pano Modernas


Lina com dois meses e sua fralda de pano
Como a própria descrição do blog diz, a intenção aqui não é restringir os temas apenas à pedagogia Waldorf, mas também abranger assuntos relacionados à maternidade em geral.

Então, tenho pensado constantemente, no meu dia-a-dia, sobre os assuntos que posso comentar aqui. O primeiro deles que achei interessante foi a questão das fraldas de pano.

Não me lembro exatamente quando nem onde eu fui apresentada à fraldas de pano modernas. Não lembro se ouvi alguém comentar, se li em algum site, ou se partiu de mim a busca por alguma alternativa à fraldas descartáveis... só lembro que descobri as fraldas de pano ainda durante a gestação.

Enquanto estava grávida li muito sobre diversos assuntos (e mesmo assim faltaram várias temas para se informar melhor), contudo algumas informações são difíceis de se encontrar na internet. Bem, naquela época, que nem é tão distante assim (um ano e meio atrás), eu não tinha encontrado muita coisa sobre as fraldas de pano modernas.

Eu sabia que elas haviam voltado com força nos EUA, e que estavam começando a ganhar espaço aqui no Brasil. Consegui encontrar também textos de algumas mães, dizendo os prós e os contras, e até mesmo a rotina para manutenção das mesmas (lavagem, secagem, trocas, etc). Por isso estou escrevendo este post - para ajudar mamães que ainda têm dúvidas sobre essas fraldas.
Qquando eu ainda nem sabia o sexo do meu bebê, eu comprei fraldas de pano de três marcas diferentes: a DiPano, a Fralda Madrinha e a Bebês Ecológicos – vou falar de cada mais pra frente no texto.
Hoje, eu já vi, existem diversos marcas novas, quase sempre confeccionadas por mamães que largaram o emprego convencional para ficarem mais tempo com seus filhotes (só por isso já vale a pena usar fraldas de pano não é? – desincentivando o consumo de produtos de grandes corporações que já estão milionárias e incentivando famílias à criação com apego).

Minhas questões pela opção das fraldas de pano vão muito além da pegada ecológica. Claro que a questão ecológica influiu – e muito! – minhas escolhas. Mas outras coisas também foram igualmente importantes, com destaque para: o conforto, o consumo, o preço e a beleza (sim, elas são lindas!).

Sempre, sempre mesmo, me coloco no lugar do bebê – no caso, minha filha! Gente, por favor, é muito ruim usar absorvente. Isso porque absorvente é só uma faixinha pequena, durante 5 dias a cada mês. Imagina você usando um absorvente que cobre até a cintura, durante dois ou três anos seguidos? Ah, não. Não dá. Eu mesma não uso absorvente há anos - olha aí a alternativa: não largo meu coletor menstrual por nada.

Bem, fraldas descartáveis são ótimas e são práticas, afinal é fácil só jogá-la no lixo e nunca mais saber da existência dela não é? Eu mesma coloco fraldas descartáveis quando viajo com minha filha. Mas acontece que elas são feitas de plástico, cheias de produtos químicos, geralmente feitas em grandes indústrias/corporações, com uma propaganda horrorosa veiculada na mídia, e além disso possuem uns elásticos que deixam marcas de dar medo nos bebês e um gel de última geração que além de absorver todo o xixi do mundo, absorve também a umidade da pele dos bebês, expondo os coitados ainda mais às assaduras.

E o lixo? Um saco de lixo por dia, pelo menos? Quando compro aquele baita pacotão de fralda descartável no supermercado só consigo pensar no volume de lixo que aquilo vai virar... e sabe o pior? O pacotão não dura nem 5 dias, mas pra decompor demora 450 anos tá??

Motivos pessoais à parte, vamos ao que interessa. Quero contar aqui minha experiência com as fraldas de pano.

Minha bebê as usa desde uma semana de vida. Me orgulho mesmo quando lembro quantos pacotes de fraldas descartáveis comprei pra ela até hoje: 5, dos de 28 unidades, mais ou menos (usei as descartáveis quando viajei com ela).
Antes dela nascer, para tentar verificar com qual marca eu me adaptaria mais, eu comprei, como já disse lá em cima, três conjuntos completos (fralda + absorvente) das marcas Bebês Ecológicos (Morada da Floresta), Fralda Madrinha e DiPano.
Pra quem não conhece, existem diversos modelos de fraldas de pano, mas basicamente elas são compostas pela capa, que é aquela que fica por fora, bonitona, com velcro ou botões,  e o absorvente, que geralmente é um tecido tipo toalha e que vai dentro da capa.
Fralda de pano com absorvente
Os formatos das capas diferem bastante de marca pra marca, e o material dos absorventes também. Vou me limitar a comentar apenas as marcas que experimentei.
Tenho apenas fraldas que fecham com botões, pois já ouvi falar que quando os bebês ficam maiorzinhos, eles adoram abrir os velcros das fraldas.
Sobre as capas, as marcas Bebês Ecológicos e Fralda Madrinha são muito parecidas, contudo acho que a fralda da Bebês Ecológicos veste melhor, pelo menos a minha filha. As fraldas que eu comprei são do tipo tamanho único, vestindo até 3 anos de idade, sendo que o ajuste é feito através de elásticos na cintura e nas perninhas, e diga-se de passagem, depois que a gente aprende a ajustar as fraldas vestem perfeitamente. Além disso as duas marcas tem opções lindas de estampas, e ambas possuem opção de serem toda de algodão - ideal para os dias mais quentes, ou toda de plush/soft - ideal para dias mais frios, ou até mesmo uma combinação entre algodão e soft.


A capa da fralda DiPano já é bem diferente. A que eu tenho é de tecido sintético por fora e soft por dentro e também é tamanho único, porém o ajuste é feito através de botões. Quando recebi essa fralda em casa confesso que foi a que eu menos gostei. Achei que o ajuste não fosse ficar bom, e achei o espaço para as perninhas apertado. Porém ela também veste perfeitamente, e hoje acho ela super prática, principalmente porque acho os botões, que são de plástico, mais fáceis de abotoar do que os de alumínio das outras fraldas. Sei que pode aprecer bobeira, mas nas trocas noturnas, onde a velocidade e pouca luz imperam, isso faz uma baita diferença!


Sobre os absorventes, o da Fralda Madrinha é um tecido tipo toalha, de algodão, contudo na minha opinião absorve pouco, deixando o bebê molhado rapidamente e exigindo mais trocas de fralda. O da DiPano é de microfibra, super mega ultra absovente - sério, fiz um teste com copo de água e fiquei abismada - mas em contrapartida por ele ser tãaaao absorvente, não pode ser colocado direto na pele do bebê - tem que colocar o absorvente dentro do bolso da fralda (já explico sobre isso). E finalmente o absorvente da Bebês Ecológicos é o que eu mais gosto. É de algodão, super absorvente e com uma face de soft (que deixa o bebê sequinho mas eu não uso porque aumenta o risco de vazamentos).

O lance dos bolsos que falei acima é que alguns modelos de fralda (capa), conhecidos como pocket, possuem um bolso, onde vc pode colocar o absorvente lá dentro. É mais prático, porém implica em quando você for trocar a fralda do bebê, terá que trocar também a capa. Se você colocar o absorvente por cima do bolso, em contato direto com o bebê, terá que trocar apenas o absorvente (desde que não haja vazamentos, é lógico!) e assim o bebê pode ficar o dia inteiro com a mesma fralda (capa).


Depois de alguns testes e de algum tempo de uso na minha filha - demorei mais ou menos duas semanas para adaptar, evitando vazamentos e até decidir a melhor maneira de usar - eu percebi que PARA MIM a melhor forma é colocando o absorvente por cima da fralda, o que não me permite usar o absorvente da marca DiPano.

Então, só uso os absorventes da Bebês Ecológicos. Como essa foi a marca que mais gostei, depois de testar as três marcas na minha filha, optei por comprar um "pacotão" de capas e absorventes, e comprei também várias "capa anti vazamentos", que só existem na loja Morada da Floresta, e que sem elas não sei mais viver. Nada mais é do que um pacotinho que envolve somente o absorvente e que possui um plástico interno não deixando o xixi ou cocô passar para fralda (capa). Com isso, troco apenas os absorventes, e posso deixar a minha bebê passar o dia inteiro com a mesma fralda.

Mas aí você vai dizer - mas é de plástico!! Sim, é de plástico, mas não é a fralda inteira de plástico, não cobre o bumbum inteiro de plástico. Mesmo com essa capa anti vazamento, o bumbum da minha bebê continua respirando tranquilamente!! Aliás, ela nunca teve uma assadura viu??
Sobre vazamentos: elas nunca vazaram. Bem, pra falar a verdade, já vazaram duas vezes de xixi, nos primeiros dias que usei, primeiro porque as fraldas não estavam bem absorventes (demora umas 5 lavagens pro absorvente ficar na sua potência máxima) e segundo porque eu não tinha ajustado os elástico direito e ficaram folgados. De cocô, ela nunca vazou. Agora a fralda descartável... essa sim já vazou e vazou bonito uma vez, e é claro, em público!!
Quantidade

Uma das grandes dúvidas que as mamães têm é qual a quantidade de fraldas que é preciso ter. Bem, como eu já disse, comprei fraldas de três marcas diferentes e uns dez absorventes, como teste. Usei alguns dias na minha filha e foi o suficiente para eu decidir qual marca e quanto iria comprar para dar conta de usar apenas fraldas de pano.

Hoje eu tenho 9 fraldas (capas), uns 20 absorventes e umas 12 capinhas anti vazamento. São o suficiente para lavar as fraldas dia sim - dia não. Não recomendo ficar mais de dois dias sem lavar as fraldas porque elas ficam com cheiro forte de xixi.

Observação: tenho 9 capas por pura vaidade. Fui comprando uma de cada cor, basicamente pra combinar com cada vestidinho da Lina!  Mas se eu quisesse, 3 fraldas estaria de bom tamanho!

Preço

O preço inicial das fraldas de pano é alto. Mas digamos que é um investimento e não um dinheiro que vai pro lixo, como no caso das descartáveis. Como fiz um teste primeiro, lembro que gastei mais ou menos 250 reais (eram umas 4 fraldas mais 10 absorventes). Depois que decidi o que e o quanto precisava, desembolsei mais uns 500. Gente, parece muito, mas como eu disse, comprei umas 5 fraldas por pura vaidade... só na minha vaidade já foram 200 reais!

Em média, uma capa custa 35 - 40 reais, e os absorventes 10 reais cada. A capa anti vazamentos custa 15 reais.

Lina tem 9 meses, então se eu fosse comprar fralda descartável, já teria gasto muito mais que isso. E além disso, pretendo ter outro filho, e vou usar as mesmas fraldas. Economia em dobro - meu bolso agradece.

Ah, e mais uma coisa - com as fraldas de pano não é preciso lambuzar o bebê de pomada anti assaduras. Tem gente que nem usa. Eu, no início, passava pomada apenas para dormir... e só um tiquinho. Hoje eu passo pomada em todas as trocas (só um tiquinho também) mas pra falar a verdade nem sei o porque.

De tiquinho em tiquinho, minha pomada da Weleda, de 80 g, durou 9 meses. Comprei a segunda pomada para ela alguns dias atrás. Dá-lhe economia.
 

Trocas

A troca da fralda de pano dá o mesmo trabalho que a troca da descartável. Considerando que você pode preferir não passar pomada anti assaduras, dá menos trabalho. Eu tenho uma gaveta onde deixo as fraldas dobradinhas, algumas já dentro da capa anti vazamento. É muito prático. Troco em média a cada duas horas, mas muitas vezes estão sequinhas, já que sempre ponho minha bebê no penico e quase sempre ela faz um xixizinho.

Não falei ainda, mas também não uso lenços umedecidos ou algodão (só quando viajo). O que eu fiz foi comprar fraldas cremer, cortar em 4 pedaços pequenos, e mandei colocar viés na costureira. Tenho 20 paninhos para limpar o bumbum, que lavo junto com as fraldas de pano.

Até hoje usei 3 pacotes de lenços umedecidos de 50 unidades.

Rotina de lavagem

Agora, o bicho papão mesmo das mamães é o trabalho que vai dar com a lavagem. Era o que mais me preocupava pra falar a verdade. Eu, que ADORO uma máquina de lavar fiquei pensando se isso de lavar fralda daria certo mesmo. Deu.

Cuidei da minha filha sozinha até seus 4 meses de idade. Não tinha ajudante em casa, nem babá, nem mãe pra me ajudar. No início, como tinha poucas fraldas, lavava, pendurava e dobrava todos os dias.

Bem, as fraldas de xixi nem preciso comentar né? Com elas não é preciso fazer nada. Não enxaguar, nem por de molho, nada. É só não deixar muitos dias sem lavar, porque se não ficam com um cheiro de amônia insuportável. As de cocô, confesso, são um pouco mais chatinhas. Mas minha bebê só faz cocô no penico desde os 4 meses e meio, então nem me preocupo mais com isso. Eu estudei e apliquei a EC (elimination comunication) ou melhor, higiene natural infantil, que você pode ver aqui e aqui (vou comentar sobre isso em um próximo post). Inclusive, um dos links que explicam a EC, desincentivando o uso de fraldas, vejam só (!), é um site que vende fraldas de pano. Imaginem, minha gente, se uma grande corporação como Huggies ou Pampers, que só estão preocupadas com sua margem de lucro, divulgariam isso?? (inocentes nós, não é mesmo?)

Mas nos tempos em que minha bebê fazia cocô na fralda, ela só tomava leite materno, então era aquele cocô mais líquido e nem tinha cheiro. Era tranquilo. Eu juntava separado as fraldas de cocô e depois dava uma enxaguadinha rápida antes de pôr na máquina com o resto das fraldas.

Tem gente que lava as roupas do bebê junto com as fraldas, mas eu nunca fiz isso não. Nada contra.

Enfim, nos dias em que se lava fraldas, é gasto em média 2 minutos pra por dentro da máquina, 10 minutos para perdurar no varal e mais 10 minutos pra dobrar e guardar.

E eu nunca tive que gastar tempo nenhum indo no mercado comprar fraldas descartáveis ou cuidando das assaduras da minha bebê.
Outras marcas não testadas
 Como eu já disse, hoje existem diversas marcas de fralda de pano. Vou me limitar a listar apenas as produzidas em território nacional, que já são de excelente qualidade. E gente, vamos tentar consumir de quem não consome a gente? Que tal dar preferência às marcas brasileiras e principalmente às produzidas artesanalmente, e melhor ainda, pelas mamães que estão em casa bscando alternativas para criar melhor seus filhos?? Esse é o tipo de mercado que devemos incentivar!
Por fim, fica aqui meu relato de experiências com as fraldas de pano. São sustentáveis, ecológicas, saudáveis, confortáveis e lindas!! Super indico e boa sorte a quem for tentar!!



quarta-feira, 11 de junho de 2014

A descoberta dos ritmos

A noite estrelada - Van Gogh


Nesse meu início de pesquisa e leitura sobre a pedagogia Waldorf já descobri um tanto de coisas interessantes e digamos até um pouco espantosas. Digo espantosas por serem tão diferentes do tradicional e ao mesmo tempo tão incríveis!

 

Devido à abertura deste grande leque de informações e a descoberta deste mundo fantástico de uma “educação natural” de crianças, fiquei até meio sem saber o que escrever primeiro aqui no blog... são tantas coisas legais pra contar aqui!!

 

Resolvi então estabelecer algum tipo de prioridade e tentar começar pelo começo, se é que ele existe.

 

Foi então, que numa dessas conversas com mães de crianças Waldorf, que recebi alguns conselhos da Fabi Correa, do blog antesqueelescrescam.com.

 

Como minha bebê tem apenas 9 meses, fica meio difícil aplicar qualquer tipo de pedagogia agora. Mas ela me disse algumas coisas que já posso fazer, sendo basicamente:

 

1.    Carinho e proximidade com a mãe

2.    Ritmo

3.    Ganho de confiança (deixar o bebê respirar – que é um conceito de inspiração e expiração, que não deixa de ser um ritmo)

4.    Sono de qualidade

5.    Alimentação de qualidade

6.    Proximidade com o que é natural (brinquedos naturais), além de evitar as tecnologias (tv, computador, celular, etc)

 

Bem, posso escrever um livro sobre cada um destes tópicos, o que pretendo fazer futuramente aqui. Mas dentre todos os itens, os únicos que eu não aplicava em casa eram os relacionados ao ritmo, que é sobre o que eu vou falar aqui, pois acredito agora que entendê-los é fundamental, e um dos princípios da pedagogia.

 

Imediatamente após a Fabi ter me dados esses valiosos conselhos, eu comecei a prestar atenção na questão do “respirar”.

 

Li um texto da Helle Heckmann, educadora Waldorf, que você pode ver aqui, onde ela fala sobre o assunto. Lá ela explica que nós, seres humanos, temos um ritmo alternado de concentração e expansão, similar ao respirar, inalando e expirando.

 

Os períodos de inspiração são os momentos de concetração, ou internalização das crianças, por exemplo atividades como ouvir música, desenhar, tricotar, comer, ler.

Os períodos de expiração é a externalização da criança, por exemplo cantar, brincar livre, conversar, arrumar o quarto.

 

Helle Heckmann recomenda que é nos períodos de inspiração que os pais devem estar presentes, gerando segurança e cumplicidade com a criança. Só assim a criança se sentirá segura o suficiente para o momento de expiração.

 

Nas crianças pequenas os períodos de inspiração são curtos, pois eles não tem capacidade de se concentrar por muito tempo. E nos momentos de expiração, o ideal é deixar a criança “sozinha” (mas supervisionada). Deixar a criança brincar sozinha, descobrir as coisas sozinha, irá gerar uma grande confiança e auto-estima, além de desenvolver a criatividade.

 

Comecei a prestar atenção na Lina e tentar descobrir este ritmo de “respiração” dela, e não é que Tcharam!!!! Eles existem mesmo!

 

Percebi que ela precisa de grande concentração para comer – o que não dura, em geral, mais do que 10 ou 15 minutos. E após eu dar a papinha para ela, coloquei-a no tapete com os brinquedos e pude sair de perto que ela ficou brincando sozinha e feliz da vida... curtindo seu momento de expiração.

 

Fui fazendo alguns testes, tentando descobrir estes momentos. Percebi também que algumas das vezes em que eu colocava ela para brincar sozinha no tapete, ela ficava me procurando ou até mesmo levantando os bracinhos para eu pudesse pegá-la. Esse é o momento de inspiração. Então eu pegava ela e dava uns abracinhos, dava um passeio lá fora com ela no colo, ou passava um tempo brincando com ela no tapete e pronto. Dez minutos depois eu podia deixa-la sozinha que estava tudo bem.

 

Ressalto que nos Jardins de Infância onde é aplicada a pedagogia Waldorf, as atividades funcionam exatamente assim. O ritmo é um dos princípios básicos da educação Waldorf, e os professores alternam os períodos de inspiração e os períodos de expiração.

 

Além desse ritmo do “respirar”, existem diversos outros ritmos respeitados pela pedagogia Waldorf.

 

Alguns outros que são importantes são o ritmo do dia, o ritmo das festas e o ritmo da semana.

 

Esses ritmos eu ainda não apliquei em casa. Apenas o ritmo do dia, que nada mais é do que ritmo natural, dia e noite, claro e escuro, que é naturalmente seguido pela Lina. Ela costuma dormir oito da noite e acorda às 6 da manhã.

 

Entende-se que estes ritmos são importantes para as crianças de todas as idades, principalmente as pequenas, porque geram uma segurança já que elas entendem e sabem o que vai acontecer.

 

Por exemplo, a cada dia da semana preparar algum tipo de refeição, e logo ela associará os dias às semanas e entenderá a passagem do tempo. Outro exemplo é fazer um ritual com o pôr-do-sol, diminuindo os sons da casa, as luzes e acendendo uma vela. Logo a criança acostumará e saberá que quando o sol se põe está na hora de se recolher, diminuir a energia e ir se preparando para dormir.

 

Mas enfim... o assunto é longo e ainda vou falar mais sobre estes outros ritmos em um próximo post!

quarta-feira, 4 de junho de 2014

O projeto de casa Waldorf e a chegada da alma à Terra


imagem retirada de waldorfmoms.com


Quanto mais eu leio sobre a pedagogia Waldorf, mais eu me encanto.

 

Tenho lido muito sobre isso, basicamente em sites e blogs, o que na realidade só nos mostra a ponta do iceberg.

 

Mesmo assim, tenho muitas questões pendentes para refletir.

 

Não é incrível imaginar uma escola que tem, e dá grande importância, às aulas de dança, música, desenho, pintura, escultura, marcenaria, tricô, jardinagem, culinária, dentre outras coisas mais??

 

Não é incrível pensar que este método de educação (e não de ensino) não recomenda o uso da televisão ou de computadores, com fortes evidências de seus malefícios?

 

Já imaginou uma escola que prioriza o aprendizado através do brincar, que mostra primeiro os processos naturais, para depois ensinar a teoria, que mantém o mesmo professor com a mesma turma por pelo menos 8 anos?

 

Mas mesmo assim, mesmo sabendo de tudo isso, ainda me impressiono com esta pedagogia. Hoje eu li dois textos liiiindos de morrer, no blog antesqueelescrescam.com, das mamães Fabi Correa e Cris Leão.

 

Lá, é descrito o processo de construção de uma “casa”, que é o projeto que as crianças Waldorf devem fazer ao longo do 3º ano, quando elas estão com 9 anos de idade. Elas devem fazer com o auxílio dos pais, mas com suas próprias mãos, serrando madeira, tricotando as partes de tecido, pintando as paredes, etc. Só por isso eu já achava o projeto fantástico. Mas a simbologia esconde algo muito mais profundo.

 

Segundo a Antroposofia, com a idade de 9 anos é que finalmente a alma deixa o plano espiritual e  chega ao plano terreno – o corpo. (“Seu corpo é a sua casa”). E construir a casinha aos 9 anos é uma forma de se preparar, mesmo que indiretamente, para essa transição tão importante e delicada da vida.

 

Não é incrível imaginar que uma escola prepare e trabalhe com um projeto, que além de artístico, é profundamente espiritual?

 

Não preciso dizer que ajudarei minha filha com este projeto né? Isso daqui uns 8 anos....

 

 

“A escola Waldorf inclui o coração no currículo” – do blog antesqueelescrescam.com