A noite estrelada - Van Gogh
Nesse meu início de pesquisa e leitura
sobre a pedagogia Waldorf já descobri um tanto de coisas interessantes e
digamos até um pouco espantosas. Digo espantosas por serem tão diferentes do
tradicional e ao mesmo tempo tão incríveis!
Devido à abertura deste grande leque
de informações e a descoberta deste mundo fantástico de uma “educação natural”
de crianças, fiquei até meio sem saber o que escrever primeiro aqui no blog...
são tantas coisas legais pra contar aqui!!
Resolvi então estabelecer algum tipo
de prioridade e tentar começar pelo começo, se é que ele existe.
Foi então, que numa dessas conversas
com mães de crianças Waldorf, que recebi alguns conselhos da Fabi Correa, do
blog antesqueelescrescam.com.
Como minha bebê tem apenas 9 meses,
fica meio difícil aplicar qualquer tipo de pedagogia agora. Mas ela me disse
algumas coisas que já posso fazer, sendo basicamente:
1.
Carinho
e proximidade com a mãe
2.
Ritmo
3.
Ganho
de confiança (deixar o bebê respirar – que é um conceito de inspiração e
expiração, que não deixa de ser um ritmo)
4.
Sono
de qualidade
5.
Alimentação
de qualidade
6.
Proximidade
com o que é natural (brinquedos naturais), além de evitar as tecnologias (tv,
computador, celular, etc)
Bem, posso escrever um livro sobre
cada um destes tópicos, o que pretendo fazer futuramente aqui. Mas dentre todos
os itens, os únicos que eu não aplicava em casa eram os relacionados ao ritmo,
que é sobre o que eu vou falar aqui, pois acredito agora que entendê-los é
fundamental, e um dos princípios da pedagogia.
Imediatamente após a Fabi ter me dados
esses valiosos conselhos, eu comecei a prestar atenção na questão do
“respirar”.
Li um texto da Helle Heckmann,
educadora Waldorf, que você pode ver aqui,
onde ela fala sobre o assunto. Lá ela explica que nós, seres humanos, temos um ritmo
alternado de concentração e expansão, similar ao respirar, inalando e
expirando.
Os períodos de inspiração são os momentos de concetração, ou internalização das crianças, por exemplo atividades como ouvir música, desenhar, tricotar, comer, ler.
Os períodos de expiração é a externalização da criança, por exemplo cantar,
brincar livre, conversar, arrumar o quarto.
Helle Heckmann recomenda que é nos
períodos de inspiração que os pais devem estar presentes, gerando segurança e
cumplicidade com a criança. Só assim a criança se sentirá segura o suficiente
para o momento de expiração.
Nas crianças pequenas os períodos de
inspiração são curtos, pois eles não tem capacidade de se concentrar por muito tempo.
E nos momentos de expiração, o ideal é deixar a criança “sozinha” (mas
supervisionada). Deixar a criança brincar sozinha, descobrir as coisas sozinha,
irá gerar uma grande confiança e auto-estima, além de desenvolver a
criatividade.
Comecei a prestar atenção na Lina e
tentar descobrir este ritmo de “respiração” dela, e não é que Tcharam!!!! Eles
existem mesmo!
Percebi que ela precisa de grande
concentração para comer – o que não dura, em geral, mais do que 10 ou 15
minutos. E após eu dar a papinha para ela, coloquei-a no tapete com os
brinquedos e pude sair de perto que ela ficou brincando sozinha e feliz da
vida... curtindo seu momento de expiração.
Fui fazendo alguns testes, tentando
descobrir estes momentos. Percebi também que algumas das vezes em que eu
colocava ela para brincar sozinha no tapete, ela ficava me procurando ou até
mesmo levantando os bracinhos para eu pudesse pegá-la. Esse é o momento de
inspiração. Então eu pegava ela e dava uns abracinhos, dava um passeio lá fora
com ela no colo, ou passava um tempo brincando com ela no tapete e pronto. Dez
minutos depois eu podia deixa-la sozinha que estava tudo bem.
Ressalto que nos Jardins de Infância
onde é aplicada a pedagogia Waldorf, as atividades funcionam exatamente assim. O
ritmo é um dos princípios básicos da educação Waldorf, e os professores
alternam os períodos de inspiração e os períodos de expiração.
Além desse ritmo do “respirar”,
existem diversos outros ritmos respeitados pela pedagogia Waldorf.
Alguns outros que são importantes são
o ritmo do dia, o ritmo das festas e o ritmo da semana.
Esses ritmos eu ainda não apliquei em
casa. Apenas o ritmo do dia, que nada mais é do que ritmo natural, dia e noite,
claro e escuro, que é naturalmente seguido pela Lina. Ela costuma dormir oito
da noite e acorda às 6 da manhã.
Entende-se que estes ritmos são
importantes para as crianças de todas as idades, principalmente as pequenas, porque
geram uma segurança já que elas entendem e sabem o que vai acontecer.
Por exemplo, a cada dia da semana
preparar algum tipo de refeição, e logo ela associará os dias às semanas e
entenderá a passagem do tempo. Outro exemplo é fazer um ritual com o pôr-do-sol,
diminuindo os sons da casa, as luzes e acendendo uma vela. Logo a criança
acostumará e saberá que quando o sol se põe está na hora de se recolher, diminuir
a energia e ir se preparando para dormir.
Mas enfim... o assunto é longo e ainda vou falar mais sobre estes
outros ritmos em um próximo post!
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quarta-feira, 11 de junho de 2014
A descoberta dos ritmos
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